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Planta_Geral_da_Cidade_de_Minas_organiza

Lagoinha como região de Belo Horizonte

A Comissão Construtora da Nova Capital se apropriou da toponímia já existente no Curral Del Rey mantendo as denominações (MINAS GERAIS, 1893), permitindo a “fixação de uma memória local e de uma experiência social anterior ao trabalho da Comissão Construtora” (GOMES, 2010, 95).

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A Lagoinha está situada ao divisor de águas das bacias do Onça e do Arrudas, entrecortada pelo córrego do Pastinho ou dos Menezes e pelo córrego da Lagoinha (BELO HORIZONTE, 1995, 94), hoje enterrados, dando lugar, respectivamente, à Avenida Dom Pedro II e à Avenida Presidente Antônio Carlos.

 

Na Planta Geral da Capital (MINAS GERAIS, 1895) a Lagoinha está inserida na 6ª Seção Suburbana e permanece assim até hoje, compreendendo, atualmente, os bairros Bonfim, Lagoinha, São Cristóvão, Colégio Batista, Santo André, parte do Centro e do bairro Carlos Prates, o Conjunto IAPI, a Vila Senhor dos Passos e a Pedreira Padro Lopes, possuindo 12 ruas principais: Além Paraíba, Bonfim, Diamantina, Espinosa, Formiga, Itapecerica, Jaguari, Mariana, e Pedro Lessa, Capitólio, Peçanha, Patrocínio; bem como 5 avenidas: Bias Fortes, Nossa Senhora de Fátima, Dom Pedro II, Presidente Antônio Carlos e Contorno.

 

Naquela mesma Planta Geral, é notável o cuidado com o traçado de Aarão Reis com a área suburbana, mesmo desenhada de forma menos rígida do que a urbana, havia a previsão de praças e arborização. Aquele engenheiro escolheu o nome das ruas para a região homenageando as inúmeras cidades, montanhas, rios e bens do Estado de Minas Gerais. Muitos nomes ainda estão preservados. Porém, a flexibilização do plano de Aarão Reis autorizada por seu sucessor, Francisco Bicalho, acabou com o traço mais organizado, permitindo que as ruas fossem abertas livremente. Para a 6ª Seção Suburbana era previsto o Cemitério Municipal, com acesso pela rua Bonfim, rodeado de uma área verde.

 

No início da capital os locais onde hoje são os bairros Carlos Prates, Colégio Batista e São Cristóvão eram também denominados como Lagoinha, bem como  o Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro e a Praça Rio Branco. Porém, as transformações urbanas os retiraram da Lagoinha, mas não apagaram a íntima relação que com ela guardam, que está na memória dos que viveram e no cotidiano daqueles que circulam pela região.

Lagoinha como região de Belo Horizonte: Projetos
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